Luziane Ximenes e Juliana Cézar Nunes
Da Agência Brasil
Brasília - O ministro da Educação, FernandoHaddad, anunciou hoje (12), mudanças no Programa Brasil Alfabetizado. Aprincipal delas será a substituição de alfabetizadores voluntários, muitasvezes sem formação específica, por professores do ensino básico das redespúblicas estaduais e municipais.De acordo com Haddad, a intençãoé tornar o programa mais efetivo, garantindo qualidade na formação dos jovens eadultos atendidos pelo Programa Brasil Alfabetizado. Para isso, os professoresdo ensino básico vão participar de cursos promovidos em universidades eorganizações não-governamentais antes de iniciar o trabalho.A remuneração, provavelmente R$260, dependerá de lei a ser aprovada no Congresso Nacional autorizando opagamento de bolsas para professores que já recebem salário do governo. Elesdevem atuar como alfabetizadores no turno em que não estiveram na sala de aularegular.Durante entrevista coletiva no ministério, Haddad disseainda que, em 2007, estão previstos R$ 300 milhões para o Programa BrasilAlfabetizado. De acordo com a assessoria do ministério, em 2006, foramaplicados R$ 200 milhões. Serão reforçadas as ações no Nordeste, estado que,segundo o ministro, apresenta 17,4% de analfabetos, quase o dobro da taxanacional.O pacote de mudanças no programa prevê ainda a redivisãode responsabilidades. Segundo a assessoria do ministério, estados e municípiosterão que cadastrar os jovens e adultos analfabetos, capacitar os professores eacompanhar a execução das atividades.Caberá ao Ministério da Educação pagar a bolsa mensal, repassarrecursos para capacitação, supervisionar o programa e oferecer merenda etransporte escolar.Para incentivar ainda mais osmunicípios a investir na alfabetização de jovens e adultos, o Ministério daEducação vai criar dois selos: Cidade Livre do Analfabetismo (para cidades comtaxa de analfabetismo inferior a 3%) e o Cidade Alfabetizadora, para a cidade que,em 2010, em relação ao censo de 2001, tenha reduzido o analfabetismo em 50%.Hoje, após encontro com Fernando Haddad, a presidente do Conselho Nacional de Secretariosde Educação (Consed), Maria Auxiliadora Seabra Rezende, elogiou as medidas adotadas pelo Ministério da Educação, mas sugeriu que alguns professores contratos pelas regras antigas sejam mantidos."Acho que a proposta de alteração vem ao encontro dapreocupação que estados e municípios tem com a qualidade desse trabalho", disse a conselheira. "Sãoindiscutíveis o avanço e a necessidade em relação ao trabalho de alfabetizaçãode adultos, mas uma grande preocupação nossa será com o investimento e acontinuidade do professor que já tem qualificação no programa."