Inflação oficial é a menor desde 1998

12/01/2007 - 11h16

Thais Leitão
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede ainflação oficial do governo federal, fechou o ano de 2006 acumulando3,14%. O resultado foi o menor desde 1998, quando a inflação acumulou1,65%, e ficou 2,55 pontos percentuais abaixo do apurado em 2005(5,69%). O IPCA de 2006 também ficou abaixo da meta fixada pelogoverno, que era de 4,5%.Os dados foram divulgados hoje (12)pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Emdezembro, o IPCA variou 0,48%, acima do registrado em novembro (0,31%).Deacordo com o IBGE, o resultado do ano foi favorecido pela boa oferta deprodutos agrícolas, que levou os preços dos alimentos a ficaremestáveis ou a caírem, em alguns casos, como feijão e leite em pó. Alémdisso, o câmbio favorável contribuiu para que os preços de higienepessoal mantivessem o mesmo patamar (0,65%) e para que houvesse reduçãonos preços de aparelhos de TV, som e informática (-12,07%) e artigos delimpeza (-2,29%). Outro fator que determinou a redução na taxaanual foi o aumento mais discreto em energia elétrica(0,28%), telefonia fixa (-0,83%) e combustíveis, com alta de apenas2,30%, por não ter havido aumento nos preços da gasolina nas refinarias.Poroutro lado, as maiores pressões sobre o IPCA vieram de planos de saúde(12,30%), colégios (6,79%), salários de empregados domésticos (10,73%)e tarifas de ônibus urbanos (8,11%), que mesmo sem reajuste em quatrodas onze regiões pesquisadas e com Recife apresentando queda de 3,04%,registrou aumento significativo nas demais áreas. Não houve reajustenas tarifas de ônibus urbanos em Fortaleza, Salvador,Curitiba e Goiânia.Entre as taxas mensais de 2006, a maiorinflação foi registrada em janeiro (0,59%), por causa de altas noálcool combustível e nas tarifas de ônibus urbanos. As despesaspessoais foram as que apresentaram maior alta (7,23%), enquanto artigosde residência apresentaram o menor resultado (-2,72%). Entre osalimentos, que ficaram com 1,22%, o arroz (13,60%), farinha de mandioca(11,98%), açúcar refinado (15,73%) e cristal (16,49%) se destacam,tendo registrado as maiores altas.No ano, entre as onze regiõespesquisadas, Belo Horizonte registrou o maior IPCA (4,96%) e Curitiba(2,50%), a menor. Goiânia teve inflação de 2,58%, Fortaleza, de 2,61% eSão Paulo, 2,63%.Em dezembro, a maior contribuição para a altado IPCA na comparação com o mês anterior veio dos transportes, que comvariação de 1,14% foi responsável por metade da taxa de dezembro. Ospreços de vestuário subiram de 0,65% para 1% e de condomínio passaramde 0,08% para 0,81%. Os preços de cigarros (de 4,63% para 1,88%) tambéminfluenciaram o IPCA. Por ouro lado, os alimentos recuaram de 1,05%para 0,39%.Entre as capitais, a principal influência veio daregião metropolitana de São Paulo, cujo índice passou de 0,26% para0,92%. Além da capital paulista, apenas Rio de Janeiro (de 0,20% para0,31%) e Porto Alegre (de 0,13% para 0,23%) apresentaram alta napassagem de um mês para o outro. Salvador e Curitiba (ambas comvariação de 0,15%) apresentaram as menores altas.Para calcular oIPCA foram comparados os preços coletados de 29 de novembro a 28 dedezembro com os preços vigentes de 28 de outubro a 28 de novembro. OIPCA é referente às famílias com rendimento de um a 40 salários mínimose abrange nove regiões metropolitanas do país, além de Goiânia eBrasília.