Estudo aponta soluções para abastecimento de água no semi-árido nordestino

07/12/2006 - 7h16

Juliane Sacerdote e Gabriella Noronha
Da Agência Brasil
Brasília - A preocupação com o abastecimento de água em municípios da RegiãoNordeste levou a Agência Nacional de Águas (ANA) a realizar oestudo inédito Atlas Nordeste - Abastecimento Urbano de Água. Odocumento, que será apresentado hoje (7) durante a 16ª Reunião doConselho Nacional de Recursos Hídricos em Brasília, reúne propostaspara resolver o problema de abastecimento de água na região dosemi-árido e entorno.Segundo o diretor-presidente da ANA, José Machado, o estudo tevecomo objetivo fazer um diagnóstico e apresentar  soluções para o abastecimentourbano de água em uma região que abrange cerca de 41 milhões de pessoas."Oestudo foi concluído recentemente e estamos disponibilizando osresultados para a sociedade, para os planejadores, governos e estadosresolverem o problema da oferta de água nas sedes de cercade 1.356 municípios em nove estados do Nordeste, incluindo o norte deMinas Gerais”, explicou o diretor-presidente da ANA, em entrevista à Agência Brasil.O documento prevê que até 2025 mais de 70% dos locais avaliadosapresentarão um quadro crítico de abastecimento. O texto propõemais de 500 obras, entre ampliações das estruturas existentes e construção de novos sistemas de captação, adução e tratamento de água.Os investimentos giram em torno de R$ 3,6 bilhões, sendo R$ 2,4 bilhõesespecificamente para os municípios do semi-árido. Odiretor-presidente da ANA destacou que as alternativas apresentadas noestudo dizem respeito à água subterrânea, onde houver disponibilidade,e à possibilidade de perfuração de poços, para atender algumas sedesmunicipais. Para Machado, em outras situações pode haver "soluçõesintegradas”, ou seja, sistemas já existentes que precisem de obrascomplementares e que utilizem tanto águas superficiais quantosubterrâneas.  O estudo, que demorou 18 meses para serconcluído, foi realizado em parceria com os ministérios da IntegraçãoNacional, das Cidades e da Saúde e a participação da FundaçãoNacional da Saúde (Funasa).José Machado considera que “é hora decomeçar as articulações, as negociações com as instituições executoras(os ministérios) para que sejam firmadas parcerias com os estados queresultem em investimentos”.