Semana mostra experimentos que usam tecnologia a serviço da comunidade

16/10/2006 - 18h45

Yara Aquino
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Reutilizar o vidro que seria jogado fora empregando tecnologia e gerando renda para catadores de materiais recicláveis é uma das experiências apresentadas na 3ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia.O projeto, do Núcleo de Desenvolvimento Sustentável da Universidade de Brasília (UnB), ensina a recicladores de uma cooperativa técnicas para derreter o vidro e transformá-lo em objetos que, posteriormente, podem ser vendidos. Dois procedimentos são usados no experimento. Em um deles, é montada uma estrutura de concreto na qual garrafas cortadas são encaixadas, passando a funcionar como vitrais, tijolos de vidro e até mesmo janelas. Na outra técnica, o vidro é derretido em um forno de fusão que permite transformar a matéria-prima em objetos utilitários e de decoração, como bandejas, pratos e vasos de flores.Segundo Adriana Villela, mestranda da UnB e uma da coordenadoras do projeto, a iniciativa transfere tecnologia social para cooperativas de catadores, além de ser uma forma de aliar tecnologia à geração de emprego e renda.“Formamos um vínculo estreito de comunidade, e as pessoas estão sentindo que o trabalho delas é criativo e tem potencial”, diz, acrescentando que a próxima etapa é viabilizar a venda do que é produzido. Desde janeiro, Thiago Torres trabalha com a fundição de vidro na Cooperativa Sem Dimensão. Ele é estudante do 2º ano do ensino médio e conta que as garrafas vêm principalmente de bares e restaurantes. “Esse material poderia estar poluindo, e agora pode ser usado até para a construção civil, em casas”, observa o estudante. A Semana Nacional de Ciência e Tecnologia é realizada pelo Ministério da Ciência e Tecnologia começou hoje (16) e vai até 23 de outubro. O principal objetivo é popularizar e difundir a ciência no país.Segundo o integrante do Departamento de Popularização e Fusão da Ciência do Ministério de Ciência e Tecnologia, José Luiz de Barros, em 2004, primeiro ano da mostra, a média foi de 1,8 mil atividades. Em 2005, o número aumentou para seis mil e este ano deve chegar a sete mil. “Temos notado um aumento na busca para as carreiras das ciências duras, como Física e Química, bem como pelas áreas tecnológicas, de engenharia. O desenvolvimento do país nos dias de hoje é diretamente associado no desenvolvimento tecnológico”, afirma Barros.Além de ver os experimentos, os estudantes podem visitar estandes da Agência Espacial Brasileira (AEB) onde está a roupa usada pelo astronauta brasileiro Marcos Pontes, além de estandes da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Para descontrair os visitantes acontecem espetáculos culturais e exibição de filmes.