Luciana Valle
Repórter da Rádio Nacional AM
Brasília - Uma apresentação da Orquestra de Viola Caipira de São Paulo marcou a abertura, há pouco,do 1º Encontro Sul-Americano de Culturas Populares. Além dos 13 países da América do Sul e ainda México e Cuba,delegações dos 27 estados brasileiros enviaram seus representantes para osquatro dias do encontro.O ministro da Cultura, Gilberto Gil, destacou a importânciada cultura para o desenvolvimento humano, e do encontro, em especial, para avalorização da identidade e da diversidade cultural do Brasil. “Esta é uma açãode integração e diálogo com países da América do Sul no âmbito da arte e dacultura nas suas manifestações mais populares”, enfatizou. Gil ainda lembrouque a maioria dos brasileiros nunca teve acesso às culturas dos vizinhos ao suldo continente e que a referência nacional em cultura sempre foi a produçãoeuropéia, em tempos mais remotos, e a norte-americana, nas últimas décadas. Por vezes transmitida pela tradição letrada e acadêmica, acultura erudita se elitizou no país, acrescentou o ministro, e não permitiu a projeção das expressõesque ele chamou de "não-letradas", destacando a música, a dança, o artesanato,dentre outras manifestações culturais populares. A arte genuinamente do povo, disse,“acabou vivendo um confinamento, excluída das agendas e encontrossobre essa temática”. A proposta do encontro é repensar a construção da naçãobrasileira na perspectiva das manifestações culturais populares e uniros povos vizinhos diante desse desafio. Nesse sentido, Gilberto Gil destacou a importância deiniciativas como a criação de uma rede de mídia integrada, a exemplo da TV Sur,da Venezuela, e da TV Brasil-Canal Integración, da Radiobrás. "É possível que a partir de um diálogo entre asidentidades e diversidades culturais dos países, povos e governos também seaproximem e o que se tenha seja um espelho capaz de refletir imagens semdistorções e preconceitos", finalizou o ministro.