Brasil terá menor crescimento econômico da América Latina, prevê FMI

14/09/2006 - 18h58

Edla Lula e Daniel Merli
Repórteres da Agência Brasil
Brasília - As previsões do Fundo Monetário Internacional (FMI) colocam o Brasil no último lugar em termos de crescimento econômico na América Latina. O relatório "World Economic Outlook", divulgado hoje (14), prevê crescimento de 5,1% para a economia mundial neste ano e de 3,6% para o Produto Interno Bruto (PIB) do país. Se as previsões do FMI se confirmarem, o Brasil vai crescer menos que a média da América Latina (4,8%).O país que mais deve crescer na América Latina, segundo o FMI, é justamente o que rompeu um acordo com a organização, em 2001. Depois de crescer 9% no ano passado, a Argentina deve manter o ritmo: 8% em 2006. Em segundo lugar, vem a Venezuela. Após crescer 18% em 2004 e 9% em 2005, o país governado por Hugo Chávez deve ter crescimento de 7,5% este ano.Os dois países com maior crescimento, também devem conviver com as inflações menos baixas da América Latina. Inflação de 12% ao ano, tanto para venezuelanos quanto para argentinos. Já o Brasil deve ter uma das cinco menores inflações da região.A Argentina, que rompeu acordo com o FMI para renegociação de sua dívida externa, também foi o país que mais reduziu a relação entre dívida pública bruta e PIB. De 160% em 2002, caiu para 90% no ano passado. No mesmo período, reduziu a relação de 90% para 70%, segundo o FMI.O relatório foi divulgado durante a reunião de outono do organismo internacional, que se realiza em Cingapura, e a previsão supera em 0,3 ponto percentual a da reunião de verão, ocorrida em abril.O FMI estima para os Estados Unidos crescimento de 3,4%, enquanto para a União Européia a previsão é de que deverá crescer 2,4%. Para 2007, o fundo aponta que o Brasil vai crescer 4%, enquanto o desempenho do mundo será de 4,9% e o da América Latina, de 4,2%.