Iolando Lourenço
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A defesa do chamado recesso branco (nome dado ao período em que os congressistas se afastam dos trabalhos legislativos para se dedicarem às campanhas eleitorais) é suprapartidária e unifica governo e oposição. Para a líder do Partido dos Trabalhadores no Senado, Ideli Salvati (SC), querer que o Congresso trabalhe nos períodos pré-eleitorais é uma forma de enganar a população. O líder da minoria, deputado José Carlos Aleluia (PFL-BA), concorda. Para ele, a hora é de a população votar. "Ninguém tem condições de reunir o Congresso no período pré-eleitoral e nem há necessidade para isso", diz Aleluia. "As decisões em período pré-eleitoral são ruins para o cidadão, porque são feitas sem debate, geralmente demagógicas, para dar a sensação ao eleitor de que o parlamento está trabalhando. Quem tem que votar agora são os cidadãos, para renovar o Congresso e definir melhor o futuro do país". Para Ideli, embora a população condene a ausência dos parlamentares nesses períodos, é melhor fazer compromissos de votações e honrá-los do que fazer de conta que vai estar no Congresso durante as campanhas. “"É querer tapar o sol com a peneira”, diz a senadora. Ela defende os esforços concentrados realizados durante o ano. "É melhor fazer esforço concentrado e votar do que ficar sem votações".Desse ponto, Aleluia discorda. Segundo o oposicionista, no último esforço concentrado, a Câmara só votou “bobagens”. Aumentou despesas, aprovou Medidas Provisórias sem analisá-las e votou a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do fim do Voto Secreto que, em sua avaliação, "é uma burrice".Esta semana, o recesso branco chega à sua última etapa. Desde o final de junho, os parlamentares alternaram períodos dedicados à campanha com comparecimentos ao Congresso. Em 2006, foram realizados três esforços concentrados. Nos próximos 20 dias, a Casa pára, à espera das eleições gerais de 1° de outubro. Nenhuma votação deve ocorrer no período.