Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Ao contrário do que expressou a secretária de Comércio norte-americana,Susan Schwab, sobre a retomada da Rodada de Doha, o comissário de Comércio daUnião Européia, Peter Mandelson, avaliou que o processo está ligado às eleiçõesde novembro nos Estados Unidos porque os produtores locais têm que votar econtribuem com seus cheques para a campanha. Para a norte-americana o processo não está vinculado à eleição de novembro.Para Mandelson, a negociação da Rodada de Doha, da Organização Mundial doComércio, que foi interrompida em julho, tem que considerar o fato político. “Nóstivemos um acidente e conseguimos passar para uma recuperação, que é oresultado de uma reflexão mais aprofundada de que nós teremos perdas se essarodada fracassar”.Segundo Mandelson, a reunião do G-20, que termina hoje (10) no Rio deJaneiro, deu sinais claros de que as conversas sobre a retomada de Doha devemavançar. Ele reafirmou que existe um compromisso forte para a eliminação detodas as formas de subsídio à exportação e destacou que o consenso dos países éde que não se deve voltar a discutir os acordos anteriores já firmados em 2004e 2005. “O momento é de encontrar uma fórmula de nos movermos adiante”,observou.Sobre o pedido formulado ontem pelo G-20 de retomada imediata dasnegociações de Doha, Mandelson afirmou que não há soluções mágicas. “Nenhumúnico interesse vai prevalecer como sendo a solução mágica para todos osproblemas que enfrentamos nessa negociação”, disse ele. Na agricultura, eledestacou a necessidade de que os países em desenvolvimento tenham uma posiçãomais definida quanto a produtos especiais e produtos sensíveis.Peter Mandelson avaliou que no seu devido tempo vai se chegar a umanegociação substancial sobre acesso a mercados para os produtos. “Não acho quefaltem ferramentas para isso. Acredito que os meios já existem”, afirmou,acrescentando que há vontade política e serão efetuados trabalhostécnicos que levarão ao próximo estágio nesse processo.