Iolando Lourenço
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O líder do governo na Câmara, deputado Beto Albuquerque (PSB-RS), informou hoje (28) que a base aliada do governo está sendo convocada para o esforço concentrado de votações no Congresso Nacional, de terça-feira (1) a quinta-feira (3) da próxima semana. O objetivo, disse, é votar sete medidas provisórias (MPs) e quatro projetos de lei que estão com urgência constitucional vencida e trancam a pauta. "O governo quer votar, independentemente se vai ganhar ou perder. Quer vencer as MPs para chegar em pautas importantes e relevantes para a sociedade", acrescentou. Albuquerque enviou telegramas e cartas para todos os parlamentares da base governista e informou que a intenção dos aliados é desobstruir a pauta. Há praticamente dois meses a Câmara não vota nenhuma matéria, já que o primeiro item da pauta é a MP 291, que reajusta os benefícios de aposentados e pensionistas em 5 %. Albuquerque informou que os aliados querem votação nominal para essa MP. O parlamentar alertou que se a MP 291 não for votada nesta semana, perderá sua eficácia no dia 10 de agosto e o reajuste dos aposentados ficará em 3,21%, ao invés dos 5% propostos pelo governo. "Todo mundo sabe o que está em jogo. A brincadeira já foi feita", afirmou o líder. E acrescentou: "Vamos para o voto. Todo mundo sabe os riscos de se fazer demagogia com o reajuste dos aposentados. Muita gente amolece em véspera de eleição, mas a maior derrota do governo é ficar impedido de votar matérias importantes para a sociedade, em função da votação da MP 291". De acordo com Albuquerque, o governo quer que a Câmara vote o quanto antes matérias como a Timemania, Lei Geral da Micro e Pequena Empresa, Portos Secos, entre outras. Ele informou que na terça-feira os líderes partidários se reunião com o presidente da Câmra, em busca de um acordo. Embora o governo trabalhe para aprovar a MP 291 com reajuste de 5%, a oposição não aceita esse indice e já apresentou um novo texto propondo aos aposentados e pensionistas um reajuste de 16,67%, mesmo percentual concedido no aumento do salário mínimo. Em votação anterior de outra MP, a oposição conseguiu aprovar na Câmara os 16,67%. No Senado, o mesmo percentual foi aprovado, mas vetado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, sob o argumento de que o reajuste geraria um rombo de R$ 7 bilhões na Previdência Social.