Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Os funcionários demitidos da Varig vão recorrer à Justiça do Trabalho para ter assegurado todos os seus direitos, informou hoje (28) o diretor do Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA), Élnio Borges. Na quinta-feira (3), os trabalhadores realizam assembléia para definir os próximos passos. Borges lembrou que na última quarta-feira (26) já foi indicado o caminho junto à Justiça do Trabalho. “Nós temos uma esperança forte de que a Justiça do Trabalho vem compor o conceito de ética, moral, legalidade e justiça que foi destruído até o momento”, disse. Élnio Borges considerou um absurdo a atitude da direção da Varig de demitir tantos funcionários de uma única vez (5.500). “Na nossa visão é um ato inclusive de crueldade, porque os trabalhadores da Varig se esforçaram durante anos para manter a empresa voando com todas as suas dificuldades, e nos últimos meses sem salários, enfrentando a legítima ira, em alguns momentos, de clientes que estavam sendo mal atendidos”, afirmou.“E agora que a empresa é praticamente doada para um novo controlador riquíssimo, sustentado por um enorme fundo de investimentos estrangeiro, em vez de fazer o pagamento de salários atrasados resolve reduzir o quadro dessa forma”, criticou.O sindicalista recordou que a proposta dos próprios empregados da Varig previa demissões, mas “de uma maneira honesta, tratando as pessoas como elas merecem”. Segundo Borges, o anúncio feito pela direção da Varig se refere a uma demissão totalmente ilegal. “Na verdade, é a espoliação dos direitos trabalhistas”, disse. Ele garantiu que os trabalhadores não vão aceitar isso com passividade.Borges informou que a Varig está dando aos demitidos uma carta que serviria para o levantamento de parte depositada do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço(FGTS) e uma guia para recebimento do seguro-desemprego, “e não paga absolutamente nada dos direitos trabalhistas”.