Lourenço Melo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O trabalho de investigação que o governo do estado do Pará eo município de Santarém estão fazendo por causa da ocorrência de contaminaçõespor barbeiro em Mojuí dos Campos e em Garrafão, vai ajudar a área deendemias do Ministério da Saúde em políticas de prevenção da doença de Chagasem outras localidades da Amazônia. A avaliação foi feita pela médica Roseli Cerqueira, do setorde Vigilância de Ocorrências Preventivas por Vetores do Ministério da Saúde, ementrevista à Radiobrás. “O Brasil conseguiu eliminar a existência do triatomainfestun, o vetor da doença de Chagas, que gerava o mal crônico em casas dointerior do país, mas muitas outras espécies poderão ainda contaminar apopulação, uns como bons ou mal transmissores”, disse. A médica lembrou que o Brasil recebeu no mês passadocertificação da Organização Pan-americana de Saúde (Opas) reconhecendo a eliminaçãodo inseto que gerava o mal crônico nas localidades onde comumente eleexistia. “É o resultado de um trabalho de muitas décadas para a eliminaçãodo inseto nas proximidades das casas”, disse.De acordo com Roseli Cerqueira, “nos últimos 100 anos adoença de Chagas não era identificada precocemente; ela era silenciosa,atacando o coração e o sistema gastrointestinal das pessoas infectadas. Muitaspessoas chegaram a viver o tempo todo sem saber se tinham a doença, outrossofriam distúrbios cardíacos e intestinais”. O triatoma parasita, segundo a médica, circula na áreasilvestre entre os insetos e os recebe através de animais também silvestres. Oanimal que o alimenta mantém a possibilidade de manutenção do ciclo. Os casos ocorridos em Mojuí dos Campos e em Garrafão, nomunicípio de Santarém, a princípio passaram pela suspeita de malária, umadoença comum na região amazônica. Depois dos exames, constatou-se que realmentese tratava de doença de Chagas.