Roberta Lopes
Repórter da Agência Brasil
Brasília – A coordenadora do Movimento Nacional de Combate à Tortura, Roseana Queiroz, afirmou hoje (26) que a maioria das vítimas não tem coragem de apresentar denúncia às autoridades. "Elas têm vergonha, medo. Acham que as pessoas vão enxergá-las como gente de má índole pelo fato de terem sido presas. Ou então temem que a denúncia pode piorar sua situação".
A coordenadora também acha necessário que a população tome consciência de que tortura é crime, e que isso só será feito por meio de ações planejadas contra a violência. "A violência não pode ser combatida com outro ato violento. Não é massacrando, não é machucando uma pessoa que será possível mudá-la. É necessário que a polícia se antecipe ao crime", disse Queiroz, que deu outra informação: quem sofre tortura geralmente tem baixa escolaridade, é pobre e negro ou pardo.
Ela participou da cerimônia de criação do Comitê de Nacional para Prevenção de Controle da Tortura no Brasil e da assinatura do protocolo de intenções entre a Secretaria Especial de Direitos Humanos e o Conselho Nacional dos Procuradores Gerais do Ministério Público dos Estados e da União. O protocolo visa permitir a implementação de ações previstas no Plano de Ações Integradas de Combate e Controle da Tortura.