Torgan diz esperar que OAB tome providências sobre advogados que participaram de acareação

24/05/2006 - 0h27

Brasília, 23/5/2006 (Agência Brasil - ABr) - O presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Tráfico de Armas, deputado Moroni Torgan (PFL-CE), disse esperar que a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) tome providências em relação aos advogados Maria Cristina de Souza Rachado e Sérgio Wesley da Cunha, "porque os dois extrapolaram a função" e mentiram durante a acareação encerrada há pouco.

Os dois são acusados de repassar a líderes da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) informações gravadas em CD de audiência sigilosa de delegados à Comissão. Depois de depoimentos em separado, eles se contradisseram e insistiram em negar a acusação. Ainda segundo Torgan, "a versão do operador de áudio Arthur Vinicius Pilastre [que fez a gravação] é a que está mais próxima da verdade, os dois advogados mentiram".

O relator da CPI, deputado Paulo Pimenta (PT-RS), afirmou que os advogados "estão apavorados" e que "a vida deles está em risco – é óbvio que eles fazem parte da organização criminosa". Segundo o relator, "há elementos mais do que suficientes para a prisão dos dois".

Para a vice-presidente da CPI, deputada Laura Carneiro (PFL-RJ), as declarações dos dois foram contraditórias: "Eu acho que eles cometeram ilícito penal, mas é o juiz que vai decidir sobre a prisão deles".

Para quinta-feira (25), a CPI do Tráfico de Armas marcou acareação dos advogados com o operador de áudio.