Amorim diz que eleição no Haiti deve respeitar preferência do povo

15/02/2006 - 21h15

Adriana Franzin
Da Agência Brasil

Brasília - O Brasil não tem preferência por nenhum candidato nas eleições do Haiti, afirmou hoje (15) o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim. "Não se trata de ter preferência por essa ou aquela solução, mas uma solução que seja respeitosa do mandato da Minustah e da vontade do povo haitiano", ressaltou.

Antes de jantar com o ministro de Assuntos Exteriores e Cooperação da Espanha, Miguel Ángel Moratinos, no Palácio do Itamaraty, Amorim disse que "o que interessa é o que o povo do Haiti prefere. Deve ser uma eleição respeitosa da lei, dos procedimentos eleitorais e que permita solução o mais rápido possível".

Segundo o ministro, as indicações estatísticas de suspeita de fraudes nas eleições presidenciais do país são surpreendentes. "Em um país em que o voto é facultativo, acreditar que uma pessoa sai para enfrentar uma fila, como as que nós vimos, para votar em branco, e que 200 pessoas votaram em branco em uma urna, é estranho". No entanto, salientou: "Não acho que tenha havido uma fraude maciça, mas quando você tem um candidato que tem 49%, que é a maioria dos votos dados aos candidatos em conjunto, então uma fraude de 1% já é suficiente para alterar".

Amorim informou ainda que durante o jantar conversaria sobre o Haiti, o Mercosul, a União Européia e as relações bilaterais entre Brasil e Espanha. Segundo o ministro Moratinos, as tropas espanholas serão retiradas do Haiti, mas o país "não será abandonado".