Próximo julgamento de acusados pela morte de Dorothy deve ser em abril

13/02/2006 - 12h40

Alessandra Bastos
Repórter da Agência Brasil

Brasília – O próximo julgamento dos acusados de terem assassinado a missionária norte-americana Dorothy Stang deve ocorrer em dois meses. Em dezembro de 2005, o assassino confesso, Rayfran das Neves, foi condenado a 27 anos de prisão e outro envolvido, Clodoaldo Batista, a 18 anos de prisão.

Os outros três acusados de participação no crime estão presos. Em abril, deverá ser julgado o intermediário da execução, Amair Feijoli da Cunha, conhecido como Tato. A demora do julgamento se deve ao deslocamento do processo da comarca de Pacajá para Belém. "Estamos aguardando este deslocamento para levar o intermediário a júri", explica o promotor da Justiça do estado do Pará, Lauro Freitas.

Os julgamentos mais esperados, dos mandantes do crime, deverão ser realizados ainda neste semestre. Os fazendeiros Vitalmiro Bastos de Moura, o Bida, e Regivaldo Galvão aguardam o julgamento na cadeia. O processo dos dois encontra-se no Tribunal de Justiça do estado do Pará aguardando o julgamento de recursos para serem levados ao júri.

Ontem (12), a organização ambientalista Greenpeace e as comunidades locais fizeram em Anapu e em outros municípios do Pará uma série de protestos para lembrar um ano do assassinato e a luta da missionária. No dia 12 de fevereiro de 2005, Dorothy foi assassinada com seis tiros a 40 quilômetros de Anapu, no oeste do Pará. A freira realizava há 20 anos trabalhos sociais naquela região, onde predominam conflitos de terra envolvendo trabalhadores rurais, grileiros e fazendeiros.

Durante todo o dia, ativistas e representantes de organizações ambientalistas e de defesa dos direitos humanos cobraram do governo brasileiro a criação e implementação de unidades de conservação como forma de frear o avanço da grilagem e do desmatamento no Pará e na própria Amazônia.