Yara Aquino
Repórter da Agência Brasil

Brasília – Cestas de alimentos com de arroz, feijão, açúcar, leite em pó, farinha de mandioca, flocos de milho, macarrão e óleo estão sendo distribuídas para os cerca de 700 índios Guarani-Kaiowá que foram despejados de terras indígenas no Mato Grosso do Sul. As cestas vêm do Ministério do Desenvolvimento Social (MDS) e são distribuídas com a participação da Fundação Nacional do Índio (Funai) e a Fundação Nacional de Saúde (Funasa).

Desde o dia 15, após decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), os índios foram obrigados a desocupar as terras onde viviam. Cerca de 400 indígenas estão acampados à beira da estrada que liga os município de Bela Vista e Antônio João. No último sábado (24), o índio Dorvalino da Rocha foi assassinado no local. Os demais estão instalados em uma área próxima ao acampamento.

De acordo com a consultora da Secretaria de Articulação Institucional e Parcerias do MDS Margarida Nicoletti, os Guarani-Kaiowá não têm como plantar na área onde estão. "A cesta é a única fonte de alimentação, eles estão vivendo uma situação bastante desconfortável, em barracos de lona – e está fazendo muito calor na região". Todas as famílias recebem a cesta, diz Nicoletti.

A partir da próxima semana será produzido também um sopão como medida emergencial. "Ele é feito com carne, verdura, mandioca, e é um sopão bastante enriquecido que servimos para as crianças. Ao mesmo tempo, acabamos ensinando as mães a preparar o alimento que vai na cesta", explica Margarida Nicoletti.

A previsão é que a distribuição de cestas continue até que a situação dos índios seja resolvida. Em fevereiro o STF deve decidir se as terras, que foram homologadas como reservas indígenas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, voltam para os índios ou ficam com fazendeiros locais.