Recuperação das rodovias federais é uma das metas de 2006 na área de transporte e infra-estrutura

28/12/2005 - 18h21

Lana Cristina
Repórter da Agência Brasil

Brasília – A recuperação de 25 mil quilômetros de rodovias federais, a melhoria da sinalização, a volta maciça do controle do peso de cargas com a construção de postos de pesagem e compra de balanças, a instalação de radares eletrônicos em rodovias que cortam cidades e a construção e recuperação de passarelas e trevos urbanos. Essas são as algumas das metas do Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes (Dnit) para 2006, segundo disse o diretor do Dnit, Mauro Barbosa, à Agência Brasil.

Os trabalhos começam pela recuperação emergencial de 10 mil quilômetros de estradas, federais e estaduais, que estão em estado precário e que não têm obras contratadas em andamento. É o Programa Emergencial de Trafegabilidade e Segurança nas Estradas, que será anunciado pelo presidente Lula na sexta-feira (30).

Em alguns casos, o Dnit atuará em rodovias que estão sob a responsabilidade dos estados, pela Medida Provisória 82, de 2002, e que agora voltarão a ser administradas pelo governo federal. Segundo Barbosa, são 14 mil quilômetros de estradas nessas condições, sendo que cerca de sete mil deste total entram no plano emergencial de recuperação.

Alguns trechos já selecionados para ação imediata são as rodovias de saída de Brasília; a ligação entre Uberlândia e Araguari (no Triângulo Mineiro); a ligação entre Cristalina e Luziânia (que está na rodovia que liga Brasília a São Paulo); o trecho da BR-153, em Goiás, que liga Anápolis a Ceres; parte da BR-101 no município de Campos (RJ), que estava sob responsabilidade de uma concessionária. "A ordem é colocar máquinas na pista, para uma verdadeira operação tapa-buracos. Temos que garantir a segurança no tráfego", disse Barbosa.

De acordo com o diretor do Dnit, ainda no primeiro trimestre do ano, será assinado o contrato para recuperação da sinalização das estradas federais. A licitação, segundo Barbosa, está em curso. Além disso, haverá a instalação de radares eletrônicos para evitar acidentes em cidades cortadas por rodovias e a compra de balanças para o controle de peso. "Recuperar, adequar, construir estradas e não garantir o controle do peso não resolve", observou.

Barbosa destacou ainda que o equilíbrio da matriz brasileira de transporte é essencial para garantir uma malha rodoviária melhor conservada, que deve refletir diretamente na economia brasileira. "A condição de tráfego na malha rodoviária federal tem papel fundamental no desenvolvimento econômico e social do país, já que 95% do transporte de passageiros e 65% do transporte de cargas são feitos pelas estradas", enfatizou.

O setor de transporte, para atingir um nível ideal de funcionamento, na avaliação do diretor do Dnit, necessita de investimentos da ordem de R$ 140 bilhões. Seriam recursos não só para estradas, mas também para melhorar a navegabilidade nos rios, além de construir e melhorar ferrovias.

Entre os projetos em andamento, que terão impacto positivo na indústria do turismo, Barbosa citou a recuperação da BR-101 Nordeste, que está em fase de contratação e da BR-101 Sul, cujas obras estão praticamente finalizadas.

"A boa condição das vias federais, estaduais e municipais é essencial para o aumento do fluxo turístico no país", concluiu o diretor do Dnit, citando obras que são prioritárias como a recuperação da BR-242, na Bahia, que passa por Lençóis; e do trecho que liga Fortaleza, descendo pela BR-304 até chegar à BR-101, o que inclui a ampliação da ponte que fica no município de Aracati (CE).