Dados apontam crescimento no consumo de energia no país de 4,7% em relação a 2004

28/12/2005 - 19h08

Cristina Índio do Brasil
Repórter da Agência Brasil

Rio – O consumo de energia elétrica teve um crescimento de 4,7% de janeiro a outubro em comparação ao mesmo período do ano passado. O resultado foi divulgado hoje (28) pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE). Nos primeiros dez meses do ano o país consumiu 278.345 gigawatts por hora (GW/h). Em 2004, o consumo foi 265.784 GW/h.

Na avaliação da EPE, o crescimento ocorreu em todas as classes de consumo de energia. Nesse período, a elevação registrada pelo setor industrial ficou em 2,8%. Apesar de positivo, está abaixo das médias dos outros meses do ano.

Segundo a empresa, esse desempenho tem relação com o ajuste da produção industrial que começou nos primeiros meses de 2005. A indústria consome 45% da energia produzida no país.

O clima influenciou o resultado da classe residencial, que registrou elevação de 5,2% no consumo. A EPE informou que até outubro houve acréscimo de dois graus centígrados nas temperaturas máximas e redução de até um grau nas mínimas, em comparação à média histórica.

O aumento das vendas de eletrodomésticos também é apontado como responsável pelo crescimento no consumo residencial.

Na avaliação da empresa, a elevação nos níveis de emprego e renda, a melhoria na oferta de crédito, a modernização dos serviços e o aumento das atividades portuárias são fatores que explicam o crescimento de 7,2% no consumo da classe comercial.

Para o presidente da Eletrobrás, Aloísio Vasconcelos, o consumo de energia deve ser pouco superior ao percentual de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), a soma de riquezas produzidas pelo país.

Vasconcelos acrescentou que, diante da expectativa do país de começar a atingir níveis de crescimento em torno de 4%, o atual cenário do setor elétrico aponta para uma situação equilibrada no abastecimento de energia: uma elevação em torno de 6% do consumo. "Teoricamente sim, porque temos alguma energia acumulada, tem muita reserva nos lagos, o que não dispensa a questão do gás, das térmicas emergenciais e a definição do governo sobre Angra 3", disse.

O presidente da Eletrobrás analisou que a construção da Usina Angra 3 depende de decisão política do governo que passa por avaliação do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE). "Se liberar, nós vamos fazer [a construção], porque afinal são 1400 megawatts (MW) em cima do centro de consumo, sem necessidade de construir sistema de infra-estrutura ou sistema de transmissão."