Até 2007, ensino superior terá 700 mil novos alunos, estima Haddad

28/12/2005 - 17h21

Carolina Pimentel e Juliana Andrade
Repórteres da Agência Brasil

Brasília – O Brasil deverá chegar a 2007 com 700 mil novos alunos no ensino superior. A estimativa foi feita pelo ministro da Educação, Fernando Haddad, durante solenidade de assinatura de convênios para a construção de pólos universitários em 14 estados brasileiros.

A iniciativa faz parte do programa Expandir, que tem o objetivo de criar nove universidades federais e 41 campi em todo o país. Com isso, conforme o ministro, 125 mil alunos devem ingressar no sistema federal de educação superior.

De acordo com Haddad, outra medida que deve resultar num aumento significativo de jovens na faculdade é o Programa Universidade para Todos (ProUni). Segundo ele, o programa oferecerá 450 mil bolsas de estudo integrais e parciais em instituições privadas a alunos de baixa renda.

O ministro disse ainda que, se for aprovada pelo Congresso Nacional, a reforma universitária deverá possibilitar a entrada de outros 125 mil alunos no ensino superior. "Teremos em quatro anos [de governo Lula] atendido 700 mil jovens, que, de outra maneira, não teriam condição de ter acesso à educação superior", destacou. "É praticamente o dobro dos alunos que hoje são atendidos pelo sistema federal."

Durante a cerimônia, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ressaltou ser necessário um "jogo combinado" entre educação e crescimento do país. "Se a economia vai crescer, como eu tenho certeza que vai, o conhecimento precisa crescer concomitantemente. O que pode parecer mais desesperador é, na hora em que as indústrias tiverem precisando contratar mais técnicos, mais profissionais, a gente perceber que há escassez no mercado".

Para o presidente, o Brasil precisa "urgentemente" recuperar o que não foi investido em educação nos últimos anos. "Nós investimos agora ou daqui a dez anos nós teremos gastado em cadeia o dinheiro que não gastamos em educação neste ano", exemplificou. Ele criticou a atuação dos governos anteriores na área educacional. "Se cada governante que passou por este país tivesse feito a sua parte, certamente hoje nós não precisaríamos estar anunciando tudo que estamos anunciando".

Lula voltou a dizer que a aplicação de recursos na área não pode ser considerada gasto, mas investimento. "Daqui para frente, estará proibido um membro do meu governo, e espero que isso seja estendido a todos os entes federativos, de utilizar a palavra gasto quando se trata de pôr dinheiro na educação brasileira", afirmou.