Sub-relator da CPI dos Correios diz que texto consolidará investigações

19/12/2005 - 20h39

Brasília, 19/12/2005 (Agência Brasil - ABr) - A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Correios divulgará na quarta-feira (21) relatório consolidado sobre as investigações que foram feitas e, também, com o cruzamento de dados obtidos durante os trabalhos.

Segundo o deputado Eduardo Paes (PSDB-RJ), sub-relator da Comissão, "o relatório consolida informações que de certa forma todos nós já detemos, mas de forma confusa, e esclarece o destino dos recursos, para quem foram, de que forma foram e, também, de que forma se caracteriza o mensalão".

A comissão decidiu adiar, para data ainda a ser definida, os depoimentos do sócio da agência de publicidade Grottera, Ricardo Ramos Quirino; e do presidente da empresa aérea Beta, Ioannis Amerssonis, previstos para amanhã (20). Os integrantes da CPMI dos Correios passaram quase todo o dia de hoje na análise de documentos e na elaboração do relatório.

Eduardo Paes informou ainda que o relatório apresentará algumas "novidades que consolidam certas supeitas das linhas de investigação que a CPI vinha conduzindo". E que já existe a convicção de que outros recursos saíram das empresas de Marcos Valério para beneficiários que ainda estão sendo identificados. "As investigações comprovam ou quase confirmam a tese de que existiam mais recursos do que os R$ 55 milhões até agora identificados", disse.

Indagado se o relatório responde às perguntas da CPI, entre elas a origem dos recursos do esquema "valerioduto", Eduardo Paes disse que essa reposta não vai sair de uma vez só, nem tão cedo. "Já descobrimos uma parte do Banco do Brasil - Visanet, mas estamos investigando outras fontes de origem. Isso vai saindo aos poucos. A não ser no dia em que o Valério e o Delúbio [Soares, ex-tesoureiro do PT] resolverem contar a origem desses recursos, nós vamos estar trabalhando e investigando", disse o sub-relator.

Para o deputado, não há dúvidas de que existiu o chamado "mensalão". Ele acrescentou: "Pode não ter sido de fato um pagamento mensal, mas tem circunstâncias para que seja até semanal e outras caracterizam como bimestral ou quadrimestral. O mensalão é isso, um misto de pagamento em caixa disponível para amigos do governo".