Renan diz que Congresso deve se engajar no combate à violência doméstica contra mulher

08/12/2005 - 16h30

Benedito Mendonça
Repórter da Agência Brasil

Brasília – A cada ano, quase 7 milhões de mulheres são espancadas no Brasil. Uma em cada cinco mulheres já sofreu algum tipo de violência sexual antes dos 18 anos. Em 70% dos casos de violência física e sexual contra a mulher, o agressor é alguém próximo, como o marido, pai, parente, irmão ou filho.

Citando essas informações da Fundação Perseu Abramo, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), abriu hoje a sessão solene da Câmara dos Deputados que celebrou o Dia Internacional para Eliminação da Violência contra a Mulher e o encerramento do Ano Internacional da Mulher Latino-americana.

Segundo Renan, o Congresso não pode ficar sem dar uma resposta a essa "cruel" realidade. "Temos o compromisso de aprovar um projeto de combate à violência doméstica contra mulher que foi amplamente discutido com os movimentos feministas e que é um marco na luta contra a violência a que a mulher brasileira é submetida", afirmou.

Por meio de dados da Sociedade Mundial de Vitimologia, Renan apontou que "somos os campeões mundiais da violência doméstica contra a mulher", dentre 54 países pesquisados. Por esse motivo, ele disse que esse problema necessita de "vontade política e esforço conjunto do governo, do legislativo, do judiciário e da sociedade civil".

Ele afirmou ainda que, apesar de os avanços conquistados pelos movimentos femininos e da criação da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, "falta muito para que os órgãos de proteção social e os que cuidam da saúde sejam devidamente preparados para coibir esse tipo de agressão".

A autora do pedido da sessão solene, que marca o fim do Ano Internacional da Mulher Latino-Americana, senadora Serys Slhessarenko (PT/MT), avalia que ao combate à violência e discriminação contra a mulher é uma "luta permanente" e que deve ser levada à frente por toda a sociedade.