Izar diz que pedido de substituição no Conselho de Ética é ''briga do PT e do Psol''

08/12/2005 - 20h04

Iolando Lourenço
Repórter da Agência Brasil

Brasília - O presidente do Conselho de Ética, Ricardo Izar (PTB-SP), disse hoje (8) que a proposta do PT de substituir os deputados Chico Alencar (Psol-RJ) e Orlando Fantazzini (Psol-SP) por dois parlamentares do PT, já que Alencar e Fantazzini deixaram o Partido dos Trabalhadores, "é uma briga do PT e do Psol". Mesmo assim, Ricardo Izar informou que pediu ao presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), que arquive a solicitação do PT.

Izar disse que, mesmo que aconteça a substituição e que Chico Alencar e Orlando Fantazzini virem suplentes do conselho, ele vai mantê-los nas relatorias, respectivamente, dos processos contra os deputados Wanderval Santos (PL-SP) e Pedro Henry (PP-MT).

"Eu gostaria que os deputados Alencar e Fantazzini não fossem substituídos, porque o conselho está funcionando direitinho", afirmou Izar. Segundo ele, todos os deputados quando ingressam no conselho tiram da lapela seu distintivo de partido político para se preocuparem com a defesa da imagem da Câmara dos Deputados. Izar informou que não recebeu nenhum ofício da Presidência da Câmara para substituir os deputados.

Chico Alencar e Orlando Fantazzini afirmaram que existe jurisprudência na Câmara que lhes garante a permanência no conselho e que a Comissão de Constituição e Justiça confirmou o mandato do deputado Júlio Delgado (PSB-MG) no conselho, após o PPS reivindicar a vaga. Delgado trocou o PPS, partido que o indicou para o conselho, para o PSB, que não tinha direito a indicação. Os dois ex-petistas esclareceram que o artigo 7 do Código de Ética da Câmara garante aos 15 membros titulares e suplentes do conselho mandato de dois anos.

"Acho que o PT está cometendo mais um equívoco entre os vários", disse Fantazzini. Segundo ele, quando o partido estava na oposição defendia que o mandato era do deputado especificamente para o conselho e "como está no governo defende o contrário". O deputado Chico Alencar disse acreditar que essa medida foi uma "vingança" por causa do votos deles favorável à cassação do mandato de José Dirceu e, também, por precaução por causa do voto que venham a dar nos processos em análises no Conselho de Ética.