Mylena Fiori
Repórter da Agência Brasil
São Bernardo do Campo (SP) - A privatização das rodovias paulistas anunciada hoje pelo Ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, preocupa os caminhoneiros. "Privatizar rodovias traz benefícios, mas um dos nossos grandes problemas é que o custo está alto para o caminhoneiro e precisa haver uma adequação". A afirmação foi feita pelo presidente do Sindicato Nacional dos Cegonheiros, Aliberto Alves, durante a festa da categoria realizada na Estância Alto da Serra.
Segundo Alves, em determinadas regiões o caminhoneiro gasta muito mais com pedágio do que com combustível. O sindicalista aproveitou a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para reivindicar a recuperação da malha rodoviária do país. "Rodovia em mau estado traz muito prejuízo. Qualquer caminhoneiro no Brasil hoje passa por uma situação difícil e a péssima situação das estradas consome uma fatia grande do frete dele", revelou. "Para ver esse país crescer, precisamos que as rodovias sejam arrumadas", complementou.
Em discurso, o líder sindical disse que os caminhoneiros apóiam o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e, se for preciso, sairão às ruas em sua defesa. Depois, em entrevista coletiva, ele afirmou que a classe sempre acreditou e continua acreditando no presidente Lula. "As denúncias (de corrupção) precisam ser apuradas e o presidente quer que apure. Ele fala todo dia que tem que apurar e punir os culpados. Se preciso, vamos mostrar à sociedade que o Lula é um homem íntegro, honesto e que quer ver este país crescer", afirmou.
Indagado se havia conversado sobre crise política com o presidente, Aliberto Alves respondeu que o momento era de confraternização, e não para discutir política. "Claro que o que está acontecendo preocupa qualquer presidente, mas ele estava muito animado pelo carinho que recebeu dos caminhoneiros e seus familiares", contou o sindicalista. Ele e Lula se conhecem desde 1979, quando Lula ainda era presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC.
A 10ª Festa Nacional dos Cegonheiros foi comemorativa ao Dia do Caminhoneiro (25 de julho) e contou com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da primeira-dama, Marisa da Silva. O presidente ficou cerca de duas horas na Estância Alto da Serra. Ele almoçou, distribuiu autógrafos, tirou fotos e ouviu uma canção feita por um músico de Suzano em defesa do governo.
Em retribuição à acolhida, Lula desceu do palanque e tentou confraternizar com os trabalhadores e seus familiares, mas logo desistiu devido ao tumulto que se formou. O presidente deve retornar para Brasília no começo da noite de hoje.
