Líder do governo diz que crise pode ser estímulo para Congresso votar projetos de interesse do país

24/07/2005 - 18h43

Mylena Fiori
Repórter da Agência Brasil

São Paulo - O líder do governo na Câmara, deputado federal Arlindo Chinaglia (PT-SP), afirmou hoje (24) que pretende conversar com os partidos de oposição para que na volta do recesso, em agosto, o Congresso priorize temas de interesse do país, como a reforma partidária, a reforma tributária e a lei geral da micro e pequena empresa. "São todos temas difíceis que há anos o Congresso e o Brasil debatem. Já que estamos em crise, vamos fazer literalmente da crise o elemento estimulante, potencializador das mudanças que o Brasil precisa", afirmou durante evento comemorativo ao Dia do Caminhoneiro, em São Bernardo do Campo.

Chinaglia destacou que o Congresso Nacional não pode "consumir suas energias" apenas para investigar e responder acusações. "Defendo que a gente busque, de maneira apropriada, começar agosto com uma pauta que atenda aos interesses do país, sem negar nenhum tipo de crise, mas sem ficar restrito a ela", disse.

O líder do governo fez questão de esclarecer que conversas entre lideranças, para análise do momento nacional, fazem parte do dia a dia do Parlamento. "Não vamos conversar com a oposição no sentido de pedir clemência ao PT ou a eventuais erros do governo. Não se trata disso", enfatizou. "Vamos negociar com a oposição como sempre fizemos, entendendo que cada partido trabalha no seu projeto de poder".

Chinaglia frisou que há diferenças" entre os partidos de oposição, mas disse acreditar na possibilidade de acordos uma vez que há membros da oposição que se mostram "mais solidários" com o país e entendem que as disputas devem se restringir à Comissão Parlamentar de Inquérito. Como exemplo, mencionou a votação da Medida Provisória dos recursos suplementares para a manutenção das tropas brasileiras no Haiti. "Houve um acordo e todos os partidos de oposição e independentes concordaram que votássemos pois venceria o prazo", recordou.