Lílian de Macedo e
Bruno Bocchini
Repórteres da Agência Brasil
Brasília - A economia informal no Brasil cresceu 9,1% entre 1997 e 2003, segundo a Pesquisa Informal Urbana (Ecinf 2003) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), feita com a colaboração do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), divulgada neste mês.
O professor Márcio Pochmann, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), avalia que parte deste crescimento ocorreu devido ao emprego de políticas errôneas que trataram o problema de forma homogênea. "Na verdade, o setor informal é um mundo de diversidades. Temos que identificar políticas específicas para determinados segmentos dentro do setor informal", afirmou.
Segundo a pesquisa, as principais dificuldades relatadas pelos empreendedores do setor informal são falta de clientela (apontada por 48,6%), concorrência muito grande (44,5%) e baixo lucro (34,4%). Outros problemas citados pelos empresários foram a falta de crédito (13,6%) e de capital próprio (26,2%). No entanto, 16,1% dos empreendedores relataram não ter tido dificuldades.
"Eu acho que o que nós fazemos no Brasil é plantar trigo em vaso. Plantar trigo em vaso não dá para atender à epidemia de fome no Brasil. Em grande parte das vezes, os vasos que a gente planta não têm metodologia para o plantio em larga escala", ressaltou o professor.