Advogados de deputado tentarão no STF liberação do dinheiro apreendido em malas

12/07/2005 - 0h36

Brasília, 11/7/2005 (Agência Brasil - ABr) - Os advogados do deputado João Batista (PFL-SP), presidente da Igreja Universal do Reino de Deus, entrarão amanhã (12) com liminar no Supremo Tribunal Federal (STF) para tentar liberar os R$ 10,202 milhões apreendidos pela Polícia Federal na manhã desta segunda-feira, em sete malas no aeroporto de Brasília. O deputado, que embarcaria em avião particular para Goiânia, afirmou em depoimento que o dinheiro veio do dízimo pago pelos fiéis à igreja.

Para contar o dinheiro, foram necessárias cinco máquinas do Banco do Brasil. Após dez horas de depoimento, João Batista e outras seis pessoas detidas para prestar esclarecimentos foram liberadas pela Polícia Federal. De acordo com o delegado responsável pelo caso, David Campos, faltaram "elementos suficientes para fazer a prisão". O delegado disse que há indícios de lavagem de dinheiro, sonegação fiscal e evasão de divisas. A conclusão sobre os depoimentos será entregue pela polícia ao STF, para a decisão sobre a abertura de inquérito, já que o deputado tem direito a foro privilegiado.

O delegado disse que a questão principal é saber "por que esse dinheiro está tramitando fora do sistema financeiro, já que a igreja tem uma conta bancária". E que o deputado terá que provar agora a origem e o destino do dinheiro.

David Campos disse estranhar o fato de essa ser a "primeira vez que dinheiro da igreja é entregue direto a um deputado, sem usar um sistema financeiro". De acordo com comunicado oficial da Igreja Universal, o dinheiro proveniente de dízimo foi todo arrecadado no sábado (9), durante a comemoração dos 28 anos da Igreja.

O delegado informou que o avião saiu de Belém, passou em Manaus e veio para Brasília, de onde seguiria para Goiânia e posteriormente para São Paulo. E que o dinheiro foi recolhido em cada um dos estados para, de acordo com o deputado, ser depositado na conta da Igreja em São Paulo.