No Ato em Defesa do PT, Genoino pediu união e a ''grandeza'' para refletir e corrigir erros

18/06/2005 - 14h18

Mylena Fiori
Repórter da Agência Brasil

São Paulo - O presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), José Genoino, fez um apelo à união do partido durante o Ato em Defesa do PT que reuniu, na noite de ontem (17), quase 1.500 pessoas, incluindo ministros, dirigentes do partido, parlamentares, militantes e representantes de movimentos sindicais, sociais e estudantis. "Não vamos nos dividir porque todas as vezes que o PT se dividiu ele foi derrotado e isto é uma lição", disse Genoino. "Nesse momento a nossa unidade é fundamental, a defesa das bandeiras do PT é fundamental, a defesa do projeto de mudança do governo Lula e a defesa da nossa confiança em nós mesmos é fundamental", destacou.

Genoino enfatizou, no entanto, que o PT precisa ter "a grandeza" de "fazer reflexões e corrigir erros". Falou da necessidade de uma "repactuação interna" do partido, de forma a dividir o poder entre todos os dirigentes e correntes do PT e da reaproximação do partido com os movimentos sociais: "O PT, com outros partidos de esquerda e movimentos sociais, é uma ferramenta que tem que continuar afiada. Temos de melhorar as nossas relações com o movimento social, que anda meio esgarçada e melhorar as relações internas e ainda o debate dentro do partido."

O presidente do PT defendeu a política de alianças do partido para garantir a governabilidade, mas comentou que é preciso reavaliar as bases destas alianças a partir dos ideais petistas. "Esse partido não vai cair na idéia do isolamento. Estamos aprendendo que é necessário estabelecer mais claramente parâmetros, projetos e valores para construir a força da governabilidade transformadora do país", afirmou.

Genoino disse que o PT não teme investigações. "Vamos enfrentar momentos duros. Vamos ser testados, vamos ser questionados", afirmou. "Podemos e devemos prestar contas e, se algum erro foi cometido, pedir desculpas". O líder petista lembrou que a esquerda, em muitos lugares, foi "interditada" pelas elites por meio da força, pela cooptação ou pela desmoralização. "Não vão fazer isto com o nosso PT", afirmou.