Apenas 2 deputados confirmam depoimento terça-feira no Conselho de Ética

17/06/2005 - 19h39

Iolando lourenço
Repórter da Agência Brasil

Brasília - Dos dez deputados convidados para depor terça-feira (21) no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara, apenas dois confirmaram presença: Miro Teixeira (PT-RJ) e Carlos Alberto Santos Lereia (PSDB-GO). O presidente do PL, Valdemar Costa Netto (SP), pediu para depor em outro dia.

Os parlamentares, que foram citados no depoimento feito nesta semana pelo deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ), foram convidados para prestar esclarecimentos sobre as denúncias de um suposto esquema de pagamento de mesada a deputados do PP e do PL em troca de apoio ao governo, o chamado "mensalão". No Conselho de Ética, Jefferson responde a processo de cassação do mandato.

Embora tenha sido acusado por Jefferson no depoimento, o chefe da Casa Civil, ministro José Dirceu, que ontem (16) anunciou que deixava o cargo para assumir o mandato de deputado federal pelo PT de São Paulo, não foi incluído entre os convidados para depor na terça-feira. Ontem, quando o requerimento para os convites foi aprovado, José Dirceu ainda ocupava a chefia da Casa Civil. Seu afastamento da Casa Civil deve ser publicado terça-feira no Diário Oficial da União e ele deve assumir o mandato de deputado no dia seguinte (22).

Foram convidados para depor os deputados Pedro Corrêa (PE), presidente do PP; Valdemar Costa Netto (SP), presidente do PL; Sandro Mabel (GO), líder do PL; José Janene (PR), líder do PP; José Múcio (PE), líder do PTB; Carlos Rodrigues (PL-RJ), Pedro Henry (PP-MT), Miro Teixeira (PT-RJ), Carlos Alberto Santos Lereia (PSDB-GO) e a deputada licenciada Raquel Teixeira (PSDB-GO).

O relator do processo, Jairo Carneiro (PFL-BA), pretende ouvir primeiro os deputados citados por Jefferson e depois convidar outras personalidades para depor sobre o suposto "mensalão". Existem ainda quase 50 requerimentos propondo que o Conselho de Ética convide personalidades para prestarem esclarecimentos sobre o assunto.

Pelo Código de Ética, Roberto Jefferson tem direito de indicar cinco testemunhas para serem ouvidas sobre as denúncias que fez. Ele 21 nomes ao conselho, mas terá de escolher cinco.