Coordenador do Conselho Indígena de Roraima lamenta captura dos policiais federais

24/04/2005 - 12h46

Thaís Brianezi
Repórter da Agência Brasil

Boa Vista - O coordenador do Conselho Indígena de Roraima (CIR), Marinaldo Trajano, lamentou o fato de indígenas da comunidade do Flechal, no norte do estado, manterem quatro policiais federais como reféns. Marinaldo chegou hoje (24) a Brasília, onde ficará até o dia 29, participando de manifestações do chamado Abril Indígena. "Também viemos agradecer o presidente Lula e o ministro da Justiça por terem feito a homologação em área contínua da terra indígena Raposa Serra do Sol", contou ele, por telefone.

Os policiais que desde a tarde da última sexta-feira estão presos são do Mato Grosso e fazem parte do grupo de 140 homens da Polícia Federal e da Polícia Rodoviária Federal que compõem a operação da Operação Upatakon. Ela foi iniciada no dia 17, para garantir a efetivação da homologação da terra indígena. "A Polícia Federal está aqui para dar segurança aos indígenas. É um desrespeito a gente se voltar contra eles, desmoraliza nossa luta", lamentou Marinaldo.

Os indígenas da comunidade de Flechal são ligados à Sociedade de Defesa dos Indígenas Unidos do Norte de Roraima (Sodiur), uma entidade contrária à homologação contínua. Marinaldo acredita na possibilidade de diálogo entre o CIR e a Sodiur. "Precisamos unir nossas lutas e mostrar que podemos trabalhar juntos para o desenvolvimento de Roraima. A Raposa Serra do Sol não é do CIR, é de todos os indígenas", defendeu ele. O tuxaua Lauro Sodré, que lidera o protesto no Flechal, afirmou que a Sodiur e o CIR já estavam caminhando para um acordo, mas que o governo federal atropelou o processo de negociação ao fazer a homologação sem consultá-los.

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