Polícias do Rio de Janeiro receberão treinamento sobre direitos humanos

01/04/2005 - 15h10

Cristiane Ribeiro
Repórter da Agência Brasil

Rio - As polícias civil e militar do Rio de Janeiro terão que se adequar às normas internacionais dos Direitos Humanos. Nos próximos 12 meses, os policiais vão ter aulas teóricas e práticas com técnicos do Comitê Internacional da Cruz Vermelha. Os temas estudados serão sobre abordagem, detenção, necessidade do uso da força, captura e até sobre como proceder na troca de tiros. O curso faz parte de um convênio entre o Instituto de Segurança Pública do Estado e o Comitê Internacional da Cruz Vermelha e foi assinado hoje (1º), justamente no dia seguinte em que 30 pessoas foram assassinadas à tiros na Baixada Fluminense e as suspeitas, segundo o próprio secretário de Segurança Pública do Rio, Marcelo Itagiba, recaem sobre policiais militares.

Além da capacitação dos policiais, a Secretaria de Segurança Pública terá que fazer uma revisão de seus códigos internos, para alinhá-los às normas internacionais dos direitos humanitários. Para o representante do Comitê no Brasil e no Cone Sul, Michel Minning, a vontade política é o primeiro passo para o respeito efetivo dos Direitos Humanos. "No Rio de Janeiro existe um foco de violência interna e o trabalho do Comitê é fazer valer os direitos humanos, principalmente das vítimas", explicou.

A presidente do Instituto de Segurança Pública, Ana Paula Miranda, disse que a principal reclamação da sociedade fluminense é quanto à qualidade dos serviços de segurança prestados à população. "No entanto, uma pesquisa feita pelo Instituto mostra que, apesar dessa insatisfação quanto aos serviços, a população do Rio quer a polícia nas ruas. Por isso, através deste convênio, vamos capacitar nossos policiais e tentar melhorar o comportamento deles junto à sociedade."

O Comitê Internacional da Cruz Vermelha atua com o mesmo projeto em outros 70 países. No Brasil, o convênio começou em 1998, com a capacitação de 1020 policiais de vários estados. O Rio de Janeiro foi o primeiro estado a assinar a efetivação do convênio.

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