IBGE: taxa de investimentos e de poupança interna no Brasil batem recorde em 2004

31/03/2005 - 14h42

Cristiane Ribeiro
Repórter da Agência Brasil

Rio - A taxa de investimentos no país em 2004 ficou em 19,6% do Produto Interno Bruto (PIB) - a soma de bens e serviços produzidos no país, a maior desde 1998. A a poupança interna chegou a 23% do PIB, o maior índice desde 1991. Os resultados, conforme divulgou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira, refletem o cenário favorável da economia brasileira e a perspectiva de crescimento para os próximos anos já antecipada por analistas.

Também no ano passado, a capacidade de financiamento do Brasil chegou a R$ 35,6 bilhões, contra R$ 11,2 bilhões em 2003, por causa dos excelentes resultados das exportações. Essa diferença permitiu o pagamento de 35% das dívidas do governo e do setor privado. O gerente das Contas Financeiras do IBGE, Carlos Sobral, explicou que no caso do governo, o dinheiro foi usado para amortizar os juros do empréstimo com o Fundo Monetário Internacional (FMI), enquanto os empresários aproveitaram a baixa cotação do dólar para quitar suas dívidas.

"Um dos destaques de 2004 foi o pagamento, a amortização de dívidas, o que se deu fundamentalmente em função do câmbio, que foi favorável, e os agentes econômicos aproveitaram para quitar suas dívidas. Isso está claro na taxa de rolagem de 2004, que ficou em torno de 65%. Ou seja, 35% dessa dívida foi quitada no ano passado. Além desse destaque, houve em 2004 uma grande capacidade de financiamento que o país gerou fundamentalmente em função do ajuste externo, com o saldo de bens e serviços", acrescentou.

Em 2004, o PIB em valores alcançou R$ 1,8 trilhão, quase R$ 200 bilhões a mais do que em 2003, o melhor resultado desde 1994, quando teve início o Plano Real. A renda per capita ficou em R$ 9.743, um aumento real de 3,7% em relação ao ano anterior.