Humberto Costa pedirá mais segurança para garantir a vida de interventor na saúde do Rio

31/03/2005 - 13h06

Aécio Amado
Repórter da Agência Brasil

Rio - O ministro da Saúde, Humberto Costa, vai pedir ao ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, que aumente a segurança em torno do coordenador da intervenção nos seis hospitais municipais do Rio de Janeiro, Sérgio Côrtes, e do consultor jurídico do ministério, Adilson Batista.

Os dois receberam ameaças anônimas de morte por carta nessa quarta-feira, por causa do trabalho da investigação que vêm realizando para descobrir os responsáveis pelas fraudes nos processos de licitações do Hospital de Tramauto-Ortopedia (Into), no Rio de Janeiro.

O secretário de Atenção à Saúde, Jorge Solla, disse em entrevista à Rádio Nacional do Rio, que Humberto Costa não vai se intimidar com as ameaças feitas aos servidores do ministério. De acordo com Solla, a ameaça anônima a Sérgio Côrtes e Adilson Batista era de que eles poderiam ser mortos nesta sexta-feira, se não se afastassem do processo de investigação no Into.

Essa foi a 17ª ameaça contra a vida do médico Sérgio Côrtes, desde que assumiu o Into, em 2002, e desmontou um esquema de fraudes no hospital, iniciando um processo de investigação interna para descobrir os responsáveis pelo crime.

Entre as ameaças anteriores, Côrtes teve o gabinete invadido por desconhecidos, que retalharam um paletó do médico. A mais grave, no entanto, foi um atentado a tiros num dos acessos à Ponte Rio/Niterói, quando passava perto da Favela do Sabão. A bala passou de raspão pela testa do médico, deixando uma leve queimadura.

A Polícia Federal continua investigando as irregularidades no Instituto de Traumato-Ortopedia, mas até agora ninguém foi acusado. Essa foi a primeira vez que Sérgio Côrtes foi ameaçado de morte, depois que assumiu a coordenação da intervenção federal nos seis hospitais municipais do Rio.