César Maia volta a criticar intervenção federal em hospitais municipais

31/03/2005 - 16h00

Luciana Vasconcelos
Repórter da Agência Brasil

Brasília - O prefeito do Rio de Janeiro, César Maia, voltou a reclamar da intervenção federal em dois hospitais municipais: o Souza Aguiar e o Miguel Couto. O prefeito disse ver como positivo o Ministério da Saúde ajudar a cidade a enfrentar os problemas de saúde pública, mas critica a intervenção nas duas unidades hospitalares. "Não vejo nenhuma ação do governo federal na área de saúde pública no Rio de Janeiro que não tenha sido positiva. Me preocupa a forma que se faz", afirmou.

Para tentar reverter a situação, o município está com uma ação do Supremo Tribunal Federal pedindo o restabelecimento da administração e gestão dos dois hospitais. "Porque essa intervenção fere os princípios constitucionais da federação. Atropela o Poder Legislativo, que é o único que pode autorizar a intervenção", disse. "Se no Supremo Tribunal Federal tivermos esse decreto referendado, o governo federal vai passar a fazer intervenções federais nos estados e municípios sem autorização legislativa. É um passo gigantesco em direção ao chavismo", acrescentou, referindo-se ao presidente venezuelano, Hugo Chávez.

No dia 11 de março, o Ministério da Saúde determinou a intervenção federal de seis dos maiores hospitais públicos do Rio de Janeiro. São eles, Hospital da Lagoa, Hospital Municipal do Andaraí, Hospital Geral de Jacarepaguá, Hospital Geral de Ipanema, Hospital Municipal Souza Aguiar e Hospital Municipal Miguel Couto. Em pronunciamento em cadeia de rádio e TV neste dia, o ministro da Saúde, Humberto Costa, afirmou que a intervenção foi necessária devido ao "total estado de abandono e de calamidade em que estão os hospitais públicos administrados pela Prefeitura".

O prefeito participou, em Brasília, de reunião com líderes de seu partido, o PFL.

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