São Paulo, 28/3/2005 (Agência Brasil - ABr) - O Brasil já poderia ter rompido com o Fundo Monetário Internacional (FMI) há um ano. Na opinião da economista Leda Paulani, professora da Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo (FEA/USP), o governo apenas não fez isto antes porque poderia sofrer pressões para mudar a política econômica.

"Agora, o governo tem força política e está consolidada a idéia de que a política econômica não vai mudar, independente de anteparo externo. Por que não capitalizar politicamente o fato de que foi o governo Lula que rompeu com o FMI?", indagou a economista, que integrou a equipe do ex-secretário de Finanças da cidade de São Paulo João Sayad.

Leda Paulani afirma que a decisão de não renovar o acordo com o fundo não muda nada para o país. "A grande credibilidade que o governo Lula tem não vem só da aprovação do FMI, mas do comportamento de variáveis como C-Bonds, risco país, etc". De acordo com a economista, essas variáveis balançariam com mudanças na política econômica, o que não deve acontecer. "O ministro Antonio Palocci já deixou claro que não vai mexer na agenda econômica", enfatizou.