Lílian de Macedo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Soja, Ricardo Abdelnoor, conta que apenas dois projetos de transgenia ligados à soja têm incentivos: o cultivo de soja tolerante à seca (que recebe investimentos do Departamento de Agricultura do Japão) e desenvolvimento de grãos resistentes à herbicida (cuja pesquisa tem o convênio com a multinacional Basf).
O apoio financeiro propiciou melhorias genéticas, como a quebra das barreiras reprodutivas e troca de genes entre espécies distantes. Isso possibilitou o desenvolvimento de novos produtos com qualidades e características inovadoras. "Este fato evidencia a necessidade de mudanças e adaptações da legislação para tratar de assuntos relativos à biossegurança e à proteção de cultivares", explica.
A necessidade de alteração nas normas relativas a produção de grãos ocorreu a partir de 1996. Naquele ano, a empresa realizou a primeira pesquisa brasileira sobre a tolerância da soja a herbicidas. "A Embrapa iniciou sua experiência com um organismo geneticamente modificado (OGM) quando recebeu uma amostra da empresa Monsanto. O grão era tolerante ao glyphosate, ingrediente ativo do herbicida Roundup", relembra o pesquisador da Embrapa, Carlos Alberto Arias.
Os pesquisadores argumentam que a linha de pesquisa da empresa procura identificar genes resistentes a insetos, doenças, herbicidas e estresse ambiental. Além disto, desenvolve óleos, proteínas e fármacos, como insulina humana e hormônio de crescimento.