Eliminação da discriminação racial será tema de debates nesta semana

20/03/2005 - 12h57

Lílian de Macedo
Repórter da Agência Brasil

Brasília - Palestras, oficinas e debates vão marcar a semana em que se comemora o Dia Internacional da Eliminação da Discriminação Racial, 21 de março. A expectativa dos organizadores é de que alguns desses eventos rendam ações efetivas no combate ao racismo.

Um exemplo é Vozes Jovens 2, que começa nesta segunda-feira em Brasília. O programa, criado pelo Governo Federal, reunirá cerca de 150 jovens de várias regiões do país, representantes do governo e das Nações Unidas para debater formas de melhoria da qualidade de vida dos jovens de todas as raças.

De acordo com a ministra da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Matilde Ribeiro, o encontro resultará em um plano que deve ser executado em 12 meses. "A integração dos jovens no processo de discussão de políticas públicas é fundamental para trazer as diversas necessidades e expectativas dos grupos para o centro das decisões", argumenta.

Os coordenadores nacionais da Educação Previdenciária também vão discutir o tema nesta segunda-feira, em uma reunião no Ministério da Previdência Social. Eles estudarão formas de fortalecer as políticas públicas de combate à pobreza, geração de emprego e igualdade racial. Segundo a coordenadora do Programa de Fortalecimento Institucional para Igualdade de Gênero e Raça, Quenes Gonzaga, "introduzir a questão da raça e gênero neste segmento do serviço público contribui para a conscientização dos atendentes, para uma maior atenção aos afrodescendentes e às mulheres que buscam obter os seus benefícios previdenciários", explica.

Na data que marca a Promoção da Igualdade Racial também será lembrada a realidade dos quilombolas. Uma oficina programada para segunda e terça-feira pretende conscientizar gestores públicos e lideranças quilombolas sobre a possibilidade de desenvolvimento sustentável desse grupo. "Queremos mostrar que aquelas tradições que resistiram a séculos de opressão e isolamento podem ser convertidas em meio para geração de renda. Estas são propostas para o desenvolvimento sustentável das comunidades", relata Matilde Ribeiro.