Pobreza e fome são inaceitáveis, diz Patrus Ananias em reunião do Comitê de Nutrição da ONU

14/03/2005 - 23h08

Brasília, 14/3/2005 (Agência Brasil - ABr) - Integrar as políticas sociais é um dos grandes desafios do Ministério do Desenvolvimento e Combate à Fome (MDS). Para o ministro Patrus Ananias, em exposição sobre o programa Fome Zero durante a 32ª Sessão do Comitê Permanente de Nutrição da Organização das Nações Unidas (ONU), as atividades com parcerias estratégicas são fundamentais. "O Fome Zero é isso, considerado um conjunto de ações com o objetivo da erradicação da fome", contou. E acrescentou: "A pobreza e a fome são inaceitáveis".

O programa brasileiro é considerado positivo, já que é prioridade política. Para Catherine Bertini, presidente do Comitê Permanente de Nutrição das Nações Unidas (SCN), pode haver problemas, falta de verbas em um momento ou outro, mas o que o Comitê espera dos países é que todos os escalões de poder estejam comprometidos com o combate a fome. "E isso está acontecendo aqui no Brasil. Esses estão tentando. E quem pode pedir mais?"

Representantes estaduais e municipais do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea), trouxeram suas reivindicações à capital federal. Adriano Martins, do Consea da Bahia, enfatizou que programas essencialmente de transferência de renda não garantem melhor condição nutricional. "Aumento na renda familiar não significa melhor nutrição", disse, acrescentando que espera mais ações governamentais sobre educação alimentar. Já Elza Braga, do Consea do Ceará, defendeu o Fome Zero como uma política em construção. "Sou apaixonada pela concepção do Fome Zero", declarou.

Para o Comitê da ONU, no entanto, o Brasil ainda não possui estudos recentes sobre a situação epidemiológica nutricional. A última pesquisa sobre o acesso da população aos alimentos, segundo o Consea, é de 1974.

Patrus Ananias informou ainda que o orçamento do Ministério do Desenvolvimento Social para este ano é de aproximadamente R$ 17 bilhões e pela primeira vez na história um montante tão significativo de recursos vai diretamente para as mãos de famílias pobres.