Rio, 2/2/2005 (Agência Brasil - ABr) - O ministro da Saúde, Humberto Costa, afirmou que o governo federal quer dialogar com a Prefeitura, a fim de buscar uma solução para a crise nos hospitais municipalizados: "Não devemos permitir, de forma nenhuma, que a população do Rio de Janeiro seja objeto de qualquer tipo de prejuízo para a sua saúde, pela incompreensão ou por disputas políticas inadequadas. Vamos procurar uma solução negociada para essa crise".
Costa explicou que o Ministério da Saúde está disposto, inclusive, a negociar mais recursos para o Rio de Janeiro, "mas tem que haver uma contrapartida. O município tem que ampliar a atenção básica e o Programa de Saúde da Família, é preciso implantar a regulação para impedir as filas que se formam e é necessário implantar o SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) para regular o atendimento de urgência. Com essas bases, poderemos discutir e estabelecer um acordo".
De acordo com o secretário de Atenção à Saúde do Ministério, Jorge Solla, a cidade do Rio de Janeiro deixa de receber cerca de R$ 60 milhões do governo federal, anualmente, porque não atende à solicitação do Ministério de ampliar programas como os de Saúde da Família e Saúde Bucal.
O Ministério da Saúde teria gasto, em 2004, mais de R$ 2,1 bilhões com o custeio de hospitais federais e municipais na cidade do Rio de Janeiro. Jorge Solla explicou ainda que a queixa do prefeito do Rio, César Maia, de que habitantes de outras cidades lotam os hospitais municipais, não é contundente. "O Rio de Janeiro teve a quinta menor taxa de invasão (internação de habitantes de outras cidades) de todas as capitais. Apenas 18%, em 2004", disse Solla, completando que Vitória (ES), por exemplo, teve uma taxa superior a 40%.