MST é movimento respeitado e sério, porque defende causa nobre, diz Lula

21/01/2005 - 19h48

Ana Paula Marra
Repórter da Agência Brasil

Brasília - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) é um dos mais respeitados e mais sérios do Brasil, "por defender uma causa nobre". Segundo ele, o fato de pessoas estarem acampadas "é culpa da estrutura do país".

Nesta sexta-feira, durante visita ao acampamento Luiz Inácio Lula da Silva, localizado no município de Porto Seguro (BA), o presidente prometeu assentar até julho os sem-terra ali acampados, e garantiu que seu governo está empenhado em fazer pela reforma agrária. "Eu tenho sistematicamente discutido com meus ministros um pacote de cidadania para que a gente comece a resolver, não apenas o problema de assentar aqueles que precisam ser assentados, mas recuperar as condições de trabalho das pessoas que já estão assentadas", disse ele.

Lula acrescentou que pouco foi feito pelo MST porque "o Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) estava desmontado no país, como estava quase desmontada a universidade brasileira".

Ele afirmou que seu governo já conseguiu vencer a maioria das barreiras, mas ainda tem algumas pela frente. "Nós estamos cuidando de tentar desbloquear todos os problemas que nós temos, que criam dificuldades na elaboração das políticas públicas que nós queremos fazer", acrescentou.

Em seu discurso, Lula defendeu o presidente do Incra, Rolf Hackbart, e garantiu que ele (Rolf) está comprometido com a luta dos sem-terra. "Ele sabe o que tem que fazer, ele não é analfabeto nessa questão dos sem-terra. Ele conhece o pensamento do presidente, do ministro dele, do governo e, sobretudo, conhece a própria história dele", afirmou.

Antes de se despedir dos sem-terra, Lula deixou claro que sua relação com os trabalhadores rurais, com o movimento sindical e com a parte pobre da sociedade "não é eventual, nem ocasional, é uma coisa de vida e de origem". E finalizou: "Por isso, eu tenho certeza de que a gente volta por onde veio, e tenho certeza de que na política eu voltarei sempre para junto daqueles que são os meus mais sinceros companheiros na luta deste país".