Stênio Ribeiro
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, apresentará, amanhã, na sede do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) em São Paulo os números finais sobre o comportamento da balança comercial em 2004, quando os volumes de vendas externas e de importação bateram todos os recordes.
Sem computar a movimentação da semana passada, o superávit já registrava US$ 33,081 bilhões e ultrapassava todas as expectativas. Caso o saldo de US$ 1,188 bilhão, obtido na semana anterior, se repita, o superávit comercial será 38% a 40% superior aos US$ 24,5 bilhões contabilizados em 2003.
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De acordo com o último boletim da Secretaria de Comércio Exterior, as exportações já ultrapassavam US$ 94,8 bilhões contra importações de US$ 71,8 bilhões, com crescimento médio de 31,1% nas exportações e de 29,1% nas importações.
O ritmo deve se manter neste ano, de acordo com o presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil, Benedicto Fonseca Moreira. Ele estima que as exportações continuarão crescendo, com possibilidade de registrar mais de US$ 100 bilhões em 2005, mas entende que as importações crescerão mais, e o saldo final será um pouco menor.
O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Armando Monteiro Neto, também acredita que o saldo será menor, mas por outro motivo. As previsões da CNI, segundo ele, apontam para um menor crescimento, este ano, da produção industrial, em torno de 4,5%, contra os mais de 6,7% de 2004, conforme indicações preliminares.
Monteiro considera, portanto, que as exportações serão menores, e acrescenta que o crescimento sustentado do país vai depender, em grande parte, da complementação da reforma tributária, de melhores condições de financiamento e de mudanças na legislação trabalhista.