Iolando Lourenço
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O lançamento da candidatura do deputado Luiz Eduardo Greenhalgh (PT-SP) à presidência da Câmara antecipou a disputa pela sucessão do presidente João Paulo Cunha
(PT-SP). Depois da bancada petista indicar Greenhalgh, o líder do PFL, José Carlos Aleluia (BA), tomou a iniciativa, ele próprio, e anunciou que também vai concorrer à presidência da Câmara nas eleições de 14 de fevereiro.
Aleluia disse que uma candidatura de oposição terá o apoio da maioria dos deputados, que querem uma Câmara com mais autonomia e que não fique votando apenas medidas provisórias e projetos de lei do governo. "Meu partido me indicou para representar a oposição na disputa pela presidência da Câmara", afirmou Aleluia.
Na plataforma de campanha, o líder disse que irá buscar individualmente o voto de cada um dos outros 512 deputados. Aleluia observou que, como a votação é secreta, sua candidatura ganha força, na medida que os votos não são revelados. Ele ressaltou que, se for eleito, não pretende criar dificuldades para o governo. "Vamos trabalhar para valorizar o Parlamento e os parlamentares", observou. Sobre a possibilidade de lançamento de outras candidaturas, Aleluia disse que, se isso ocorresse, fortaleceria o debate em torno da disputa.
É tradição na Câmara e no Senado que a maior bancada indique os candidatos à presidência das duas Casas. Não há, entretanto, impedimento legal para o lançamento de candidaturas avulsas a qualquer dos cargos das Mesas Diretoras das Câmara e do Senado. Na Câmara, o PT tem a maior bancada e, pela tradição, o direito de presidir a instituição. No Senado, esse direito cabe ao PMDB, detentor da maior bancada.