Brasília, 21/12/2004 (Agência Brasil - ABr) - Representantes do governo, de universidades e industrias se reuniram hoje no "Seminário para Apresentação da Carteira de Projetos", para discutir os projetos desenvolvidos pelo programa Rede Brasil de Tecnologia (RBT), do Ministério da Ciência e Tecnologia, que tem como objetivo criar condições para a substituição competitiva das importações de bens e serviços e agregar valor aos produtos nacionais voltados para a exportação.
Durante o seminário, foram apresentados 22 dos 59 projetos apoiados pela RBT nas áreas de Petróleo, Gás Natural e Agronegócios , entre eles, o de "Gerência da Informação e Processo de Automação Industrial no Setor de Petróleo", da Universidade do Rio Grande do Norte (UFRN), que tem como finalidade melhorar a comunicação empresarial e diminuir os custos causados pela fragmentação das informações.
"A informação custa caro, mas a desinformação custa mais caro ainda para uma empresa. Hoje, as empresas possuem muitas informações, mas elas não estão articuladas e, por isso, as organizações não conseguem transformar essas informações em conhecimento", explica o coordenador do projeto, Affonso Guedes.
O projeto de Gerência da Informação é direcionado para a área industrial, mas, segundo Guedes, é de aplicação universal. "Onde houver problema de informações fragmentárias, ele poderá ser aplicado", diz. O projeto piloto será direcionado para a área de petróleo e gás. O primeiro protótipo deve ser implementado na Petrobrás em seis meses. A Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) investiu R$ 150 mil na pesquisa deste produto.
Como os projetos são desenvolvidos com o fim de substituir produtos importados, eles devem ser projetados de modo a reduzir os custos das empresas nacionais. Foi com esse objetivo que um grupo da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), criou o projeto do "Compressor de baixa vazão para a pressão de entrada de 6 bar" - a universidade inventou compressores mais baratos e com a mesma eficiência dos compressores importados e nacionais.
"A idéia do projeto atual é desenvolver compressores de menor vazão e que custem menos. Esses compressores podem ser utilizados em postos de gás de menor capacidade, para atender carros movidos a gás e em empresas que usem empilhadeiras ou carregadeiras", diz o coordenador do projeto ,Geraldo Augusto França.
Para França, outra vantagem além da redução de custos, é o fato de os produtos serem totalmente nacionais. "Serão compressores desenvolvidos com tecnologia nacional. É uma independência tecnológica que a empresa ganha, além de maior competitividade e geração de empregos". O preço de mercado do produto está estimado em R$ 180 mil. Os demais compressores custam em média R$ 600 mil.