Ana Paula Marra
Repórter da Agência Brasil
Cuzco (Peru) - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que a criação da Comunidade Sul-Americana de Nações, anunciada oficialmente hojeem Cuzco, durante o 3º Encontro de Presidentes da América do Sul, é o grande legado que o continente deixará às futuras gerações. Segundo ele, as aspirações de Simon Bolívar e dos povos latinos de forjar um novo mundo no continente sul-americano foram válidas, mas não garantiram a verdadeira emancipação dos países da América do Sul.
"É preciso reconhecer que aquela aspiração criou repúblicas, mas não o civismo republicano de que se alimenta a democracia. Trouxe autonomia, mas não assegurou a capacidade soberana de realizar o ideal de unidade que inspirou a geração dos libertadores", afirmou Lula, ao discursar na cerimônia de encerramento do evento.
Segundo Lula, a connsolidação de um bloco comercial envolvendo todos os países da América do Sul cancela as dívidas de um passado marcado pela desconfiança e pelo desconhecimento mútuo. "Estivemos de costas uns para os outros, negando nossa própria geografia, iludidos pela tentação de importar modelos prontos que perpetuam privilégios e ignoram os legítimos anseios de nossos povos". Ele destacou que, ao criar a Comunidade Sul-Americana de Nações, os países memmbros deixarão de ser "reféns da retórica do autoritarismo exacerbado".
O presidente brasileiro destacou que a Comunidade não será uma iniciativa excludente. "Ela nasce aberta para o diálogo com os parceiros regionais e de olhos postos no mundo. Nossa região dá um exemplo de convivência democrática".
Lula afirmou que o objetivo da nova entidade é fazer da América do Sul um espaço de integração, aproximando as fronteiras e os povos da região. O presidente finalizou dizendo que "a resposta para os problemas do Mercosul é mais Mercosul. Do mesmo modo que a reposta para os desafios da América do Sul é mais América do Sul".