Brasília, 22/11/2004 (Agência Brasil - ABr) - A Justiça determinou a prisão de mais cinco pessoas suspeitas de terem participado do assassinato de cinco trabalhadores sem terra no último sábado, em Felisburgo, no Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais. A polícia já havia prendido três pistoleiros, acusados de terem invadido o acampamento Terra Prometida, ocupado por cerca de 200 famílias desde 2002, e matado cinco trabalhadores, ferido outros e queimado barracos.
O ministro do Desenvolvimento Agrário, Miguel Rosseto, disse que o governo está empenhado em identificar e responsabilizar os responsáveis pelo crime. "O que ocorreu foi um crime bárbaro, uma violência inaceitável. Estamos falando de brasileiros que estavam em uma área com autorização judicial, que foram vítimas de ato inaceitável", disse.
Segundo Rosseto, não há hipótese de impunidade. "Estamos empenhados e acreditando efetivamente em uma justiça exemplar", ressaltou.
Dom Thomaz Balduíno, da Comissão Pastoral da Terra (CPT), vê o episódio com muita preocupação. "Porque não é um episódio isolado e denota um planejamento. É gente que está se articulando para amedrondatar o próprio trabalhador", afirma.
João Paulo Rodrigues, da coordenação nacional do Movimento dos Sem-Terra (MST), disse que está acompanhando os desdobramentos do caso e pediu que os responsáveis sejam punidos.
"Nossa preocupação é que se esse crime se não for punido exemplarmente outros crimes dessa natureza podem acontecer, uma vez que já existem mais de 120 famílias acampadas em todo Brasil".
As investigações contam com apoio de 30 da Polícia Federal.