Aécio Amado
repórter da Agência Brasil
Rio - O ex-presidente do Banco de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Carlos Lessa, chegou à sede da Academia Brasileira de Letras, onde está sendo velado o corpo do economista Celso Furtado, dizendo que tinha perdido um amigo de 42 anos. Segundo Lessa, "o Brasil perdeu um brasileiro com B maiúsculo e, ao mesmo tempo uma figura admirável, que mostra a qualidade do homem do Nordeste".
Lessa lembrou que Furtado saiu da Paraíba, conquistou o mundo, mas manteve sempre a alma no Brasil. Segundo ele, antes de sua demissão do BNDES, Furtado enviou-lhe um e-mail, no qual reafirmava o apoio à sua permanência na presidência do banco.
O ex-presidente do BNDES destacou que Celso Furtado tinha uma qualidade excepcional: "a nordestinadade". "Pois o nordestino sabe que vive em condições difíceis, sabe das dificuldades, mas tem um imenso orgulho do que faz e do que é".
Para ele, foi justamente essa "nordestinidade" que aproximou Celso Furtado do presidente Lula. "Os dois eram amigos, os dois são nordestinos. Celso veio da elite intelectual paraibana. Lula era um proletário pobre de Garanhuns (PE). Ambos fizeram carreira espantosa. Celso ganhou o mundo. Seus livros foram traduzidos em diversos idiomas. Lula chegou à presidência da República e disse essa frase admirável: 'esse é o primeiro diploma que recebo. Diploma de presidente do meu país'".