Rio, 11/11/2004 (Agência Brasil - ABr) - O Brasil terá um banco de dados nacional sobre tráfico de seres humanos em julho do ano que vem, reunindo informações, inquéritos e processos de todos os estados, além de um portal na internet, informou hoje a coordenadora do Programa de Combate ao Tráfico de Seres Humanos do Mistério da Justiça, Marina Oliveira,
Marina Oliveira acrescentou que o programa montará, em janeiro, um escritório de atendimento a mulheres vítimas de exploração sexual em Goiás. Este estado e o Ceará, que também receberá um escritório até junho de 2005, estão entre os principais pontos recrutamento de mulheres. Também receberam prioridade São Paulo, que já abriga um escritório desde maio, e o Rio de Janeiro, que deverá ganhar o seu em julho.
Marina Oliveira esteve presente na 12ª Reunião Especializada da Mulher do Mercosul (REM), e traçou um perfil das brasileiras que são enviadas ao exterior para a prostituição. Segundo ela, existem poucas informações sobre o assunto, mas o maior número de vítimas tem entre 18 e 25 anos, são mães solteiras ou abandonadas pelos maridos e têm dois ou três filhos.
"O número de casos de tráficos de mulheres brasileiras é extremamente subnotificado. De 2000 a 2003, foram registrados apenas 50 casos nos estados do Rio, São Paulo, Goiás e Ceará. O que se sabe é que O Brasil é um país de origem de grande parte das mulheres que são exploradas sexualmente tanto na Europa, principalmente em Portugal e na Espanha, como nos Estados Unidos e em países na fronteira brasileira, como o Suriname", disse Marina Oliveira
Ela considera a cooperação com outros países da América do Sul fundamental, porque muitas brasileiras são levadas para se prostituirem no exterior através de países limítrofes. Marina lembrou que, com exceção de Chile e Equador, o Brasil faz fronteira com os demais países da América do Sul,