Brasília, 27/10/2004 (Agência Brasil - ABr) - As ações da força de paz internacional no Haiti, comandada pelo Brasil, visam ao controle social de ações criminosas, junto com a polícia daquele país, dentro do programa de desarmamento que está acontecendo, depois da deposição do presidente Jean Bertrand Aristide, no princípio do ano.
O general Heleno Pereira, que comanda a missão da ONU no Haiti, desvincula a ocorrência de conflitos de uma solidariedade ao então presidente e atribui essa caracterização à imprensa haitiana, o que considera perigoso. "Acho que é muito mais ação criminal de bandido do que de conteúdo político", disse o general em entrevista, ao comentar confrontos acontecidos na região de Bel Air, nas imediações da capital, Porto Príncipe.
O Brasil mantém no Haiti 1.200 soldados, que guardam a região da capital e o palácio presidencial. O papel da força de paz é criar normalidade social que possibilite a realização de eleições para o congresso haitiano, se possível no próximo ano, e depois para a presidência da república, conforme o ministro da Defesa, José Viegas. O general Heleno informou que, no início de novembro e até o final de dezembro, novos cotingentes vão chegar ao país dentro da previsão da ONU, de 6.700 homens. No momento, além do Brasil, mantêm tropas no Haiti a Argentina, o Peru e o Uruguai.