Marina Domingos
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A democratização efetiva da política brasileira só vai avançar se houver nos meios de comunicação um avanço da legislação vigente, afirmou o professor, jornalista e sociólogo Laurindo Leal Fillho, durante a edição especial do Programa Diálogo Brasil, que neste domingo debate o Dia Internacional da Democracia na Mídia. Segundo ele, no Brasil existe uma concentração dos meios de comunicação muito maior do que outros países. "Os mesmos grupos possuem rádio, jornal e Internet, o que faz com que a maioria absoluta das pessoas receba o mesmo tipo de informação", lembra.
O professor defende o aprimoramento da legislação o mais rápido possível para garantir o efetivo exercício da democracia. "A lei é de 1962. Quem tem lei velha, de 40 anos, não tem lei nenhuma. Há necesidade de uma lei moderna e de um orgão regulador. Também é fundamental que exista a formulação uma rede publica de televisão forte", destacou ele.
Já para a psicanalista Maria Rita Kehl, não é o caso de demonizar a TV, mas permitir que os telespectadores tenham dois recursos para protestar: desligar a TV e exigir que a discussão das renovações das concessões sejam públicas. "Seria ideal se fosse possivel saber o momento de divulgar uma concessão e que houvesse pressão dos parlamentres para saber se as emissoras estão cumprindo com seu dever ou não", alertou a psicanalista, que é autora do livro "Videologias", com o jornalista Eugênio Bucci, presidente da Radiobrás.