Diretora do IBOPE diz divulgação das pesquisas nos jornais melhora, apesar dos erros

13/10/2004 - 23h34

Andréia Araújo
Repórter da Agência Brasil

Brasília - A diretora do Ibope, Márcia Cavalari, disse há pouco que os jornais vêm, ao longo dos tempos, "melhorando a forma de transmitir o resultado das pesquisas", embora ainda aconteçaam diversos erros de interpretação. Ela deu esta opinião durante o programa "Dialogo Brasil", transmitido ao vivo pela TV Nacional hoje à noite, em rede pública de televisão para todo o país.

Segundo Márcia Cavalari, que participou doi programa em São Paulo, um dos erros mais comuns, ocorridos na cobertura da últioma eleição, foi o uso de pesquisas feitas dias antes da eleição, que tentavam antecipar o resultado das urnas. "Teve jornal que usou pesquisa feita ainda em setembro, tentando prever o resultado das urnas. Depois da pesquisa, teve campanha, teve debate, teve ainda a repercussão do debate. Tudo isso altera o resultado", explicou.

A forma como são divulgadas as pesquisas de opinião eleitoral no Brasil foi criticada pelo cientista poítico do Instituto Brasileiro de Estudos Políticos (Ibep) José Luciano Dias, que estava no estúcio em Brasília. Para ele, muitas vezes esse resultados são divulgados de forma deturpada.

Para o jornalista e professor da Universidade de Brasília (UNB) Paulo José Cunha, o que Dias classificou de deturpação é, na verdade, uma visão diferente de leitura. "Os resultados da pesquisas eleitorais trazem uma série de leituras que são divulgadas de acordo com as linhas editoriais de cada veículo de comunicação", disse. Cunha completou dizendo que "se cada veículo de comunicação pudesse declarar abertamente qual candidato apóia, a divulgação seria mais transparênte".

O cientista político José Dias defendeu a separação das eleições municipais das de presidente da República e governador. Para o cientista, essa separação facilita a avaliação do atual governo. "No caso das ultima eleições obervamos que o eleitor aprovou essa coligação feita entre o PT e o PMDB", disse.

Já a pesquisadora do Iuperj, Alessandra Aldé, discordou dessa posição. Aldé explicou que não é possível comparar o resultado das urnas com relação aos municipios e o governo federal. Porém a pesquisadora também defendeu a a separação das eleições municipias, dizendo que essa separação facilita o voto para o eleitor.

A importância de facilitar o voto, principalmente com a urna eletrônica é demostrada nas pesquisas do Ibope. Segundo a diretora do Instituto, Márcia Cavali, ainda é grande o número de votos anulados sem intenção. "As pessoas normalmente escolhem o candidato a presidencia, depois a governador e depois o restante. Agora com a urna eletrônica, esse processo é invertido. Isso tem provocado uma série de votos errados, principalmente na população com menor grau de instrução", explicou.