Andréia Araújo
Reporter da Agência Brasil
Brasília - O cientista poítico do Instituto Brasileiro de Estudos Políticos (Ibep) José Luciano Dias, disse há pouco, durante o programa "Dialogo Brasil", que está sendo transmitido pela TV Nacional em rede pública de televisão para todo o país, que a maneira como a grande mídia divulga os resultados das pesquisas de opinião ignora as diversas variáveis em que elas são feitas. Com isso, explicou Dias, muitas vezes esse resultados são divulgados de forma deturpada.
Para o jornalista e professor da Universidade de Brasília (UNB) Paulo José Cunha, o que Dias classificou de deturpação é, na verdade, uma visão diferente de leitura. "Os resultados da pesquisas eleitorais trazem uma série de leituras que são divulgadas de acordo com as linhas editoriais de cada veículo de comunicação", disse.
Cunha completou dizendo que "se cada veículo de comunicação pudesse declarar abertamente qual cadidato apóia, a divulgação seria mais transparênte". De São Paulo, a diretora do Ibope Márcia Cavalari disse que os jornais vêm, ao longo dos tempos, "melhorando a forma de transmitir o resultado das pesquisas", apesar de declarar que ainda acontecem diversos erros de interpretação.
Segundo Márcia Cavalari, um dos erros mais comuns, ocorrido na cobertura da últioma eleição, foi o uso de pesquisas feitas dias antes da eleição, que tentavam antecipar o resultado das urnas. "Teve jornal que usou pesquisa feita ainda em setembro, tentando prever o resultado das urnas. Depois da pesquisa, teve campanha, teve debate, teve ainda a repercussão do debate. Tudo isso altera o resultado", explicou.